Se alguém te perguntar sobre o presente que você ganhou no Natal quando tinha 5 anos, você vai se lembrar? É bem provável que não. É mais fácil que você tenha frescas na memória as lembranças do que aconteceu na reunião de família, do sabor e do cheirinho daquele prato preferido saindo do forno para a ceia, daquele tio vestido de Papai Noel… É claro que é sempre especial ganhar um presente, principalmente quan do se é criança, mas apesar daquela euforia inicial ao receber um presente, estudos recentes mostram que dar muitos brinquedos ao seu filho pode resultar no oposto do efeito desejado — ele pode ser menos feliz. E há uma explicação lógica para isso: quando as crianças têm uma abundância de objetos, elas brincam menos, pois acabam distraindo-se facilmente e perdendo a concentração necessária para aprender com eles, diz Clair Lerner, que é pesquisador de desenvolvimento infantil.

Michael Malone, professor de Educação Infantil na Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, defende que menos e melhores brinquedos levam a um maior compartilhamento e cooperação — ambas valiosas habilidades para a vida. Portanto, proporcionar tempo de qualidade com os filhos é muito mais valioso do que tentar liquidar a lista de presentes. Quer um exemplo? Um estudo da Universidade de Oxford com três mil crianças de 3 a 5 anos, revelou que aqueles que tinham menos brinquedos e nenhum material eletrônico, mas tinham pais que passavam mais tempo com eles, se saíam melhor na escola e em muitas áreas de desenvolvimento social e emocional.

E se você precisa de mais um motivo para diminuir a oferta de brinquedos, os pesquisadores descobriram que a gratidão e a generosidade também aumentam quando as experiências ganham o lugar dos objetos. O norte-americano Thomas Gilovich, professor de psicologia na Universidade de Cornell, conduziu diversos estudos ao longo de décadas e descobriu que a felicidade é derivada de experiências, não de coisas.

MENOS BRINQUEDOS, MAIS EXPERIÊNCIAS

Sem nem saber de todas essas vantagens, a gerente marketing Vanessa Martins Mendes, 40 anos, passou a trocar os brinquedos dos filhos por experiências desde o ano passado. “Fomos para um resort comemorar os 10 anos do Mateus. Na verdade foi um combinado, sem festa e sem presente, mas um final de semana no hotel que ele iria escolher”, conta. Ela, que também é mãe de Davi, 8, disse que toda a família curtiu o passeio. “Fazer festa é caro e dá trabalho. Comemorar em família é muito mais legal. Todos saem ganhando. Criamos memórias, e como os dois têm idades próximas, se divertiram juntos. Claro que meu filho acabou ganhando presentes dos avós e tios, mas, em casa, foi isso. Esse esse ano, ele, pediu para repetir”, completou.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Crescer.
Foto destacada: Reprodução.

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