Ninguém gosta de crianças chorando ou fazendo birra com estardalhaço, ira ou ressentimento. O fato de não detestarmos essas demonstrações, no entanto, não quer dizer que não gostamos dos pequenos.
Quer dizer, apenas, que biologicamente somos feitos para não aguentar seus gritos por muito tempo.
Sei disso como ninguém. Trabalhei por 12 anos como professor numa escola primária. E, claro, com filhos que não eram meus e tampouco haviam sido criados por mim. Entretanto nem em casa nem na escola, com eles, usei a técnica de gritar mais forte como resposta. E não fiz isso simplesmente porque não funciona.
Tenho, em vez disso, um truque que usava no trabalho e que hoje me ajuda a ser um pai melhor. Esse truque, aliás, pode ser usado em várias situações:
Crianças, crianças, crianças…sabem qual o problema de nossa cultura? É que prestamos atenção demais às crianças; o que quero dizer é que, se eles não gostam de algo ou não querem uma coisa, então somos nós que devemos corrigir essa situação. Mas em que lugar nos colocamos? Por que temos de atuar exatamente como recomendam os especialistas e o serviço social?
Em poucas palavras, sei o que é preciso fazer para corrigir essas situações. Em primeiro lugar, onde você se encontra quando as crianças se comportam de maneira inapropriada? A resposta mais provável é: na cozinha, falando no telefone ou num quarto, a criança no chão e você, no sofá. A chave da situação é que você não está perto da criança.
Na escola, quando o professor se senta em seu lugar tradicional, ao lado do quadro negro, os pequenos serão sempre belicosos e inquietos. Se você está por demais ocupado para dedicar-lhes tempo ou demasiadamente irritado para passar um tempo ao lado deles no final do dia, então não fique surpreso se for obrigado a gritar por toda a casa para que se acalmem — e, acredite, não vão se acalmar.
Meu truque quando quero tranquiliza-los é muito simples: fico junto deles. Simples assim: me aproximo de um garoto que esteja irritado ou se comportando mal e, com toda tranquilidade, coloco a mão em seu peito ou em suas costas, me ajoelho e, em tom também tranquilo, começo a conversar.
Diria que em 90% dos casos em que você precisar acalmar seu filho ou outra criança, basta fazer isso.
Já testei este truque dezenas de vezes: quando meus filhos estão irritados, em vez de gritar, converso com eles. Com tranquilidade.
Da mesma forma, quando meus pequenos se comportam mal na sala de estar, não dou um berro da cozinha para que calem a boca. Em vez disso, paro o que estou fazendo, me aproximo e converso.
Quando brigam entre eles, gritam e se xingam, eu simplesmente vou até eles e procuro entrar em seu mundo. E, quando necessário, dou o exemplo.
Em quase 100% dos casos isso funciona e num passe mágica (como se fosse mágica), tudo volta ao normal.
Simples assim.
Fonte: lifter
Foto: hdwyn
Tradução e adaptação: Incrível.club
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