O matogrossense de Porto Murtinho, Julian Romero, provavelmente nunca esteve diante de tamanho perigo ao longo de seus 58 anos de vida, e com sorte nunca mais estará. Ele, que é funcionário de uma fazenda, foi atacado por uma onça pintada. Sim, o maior felino do mundo, atrás apenas do tigre e do leão. Mas o inacreditável aconteceu. Ele foi salvo por uma trupe de heróis muito especial, seus cinco cachorros. E os detalhes desta história incrível você confere nas próximas linhas deste relato.
Ao G1, Juan disse que, apesar de sempre ver onças na propriedade rural, nunca havia sido atacado. No dia do ocorrido, Julian estava a cavalo na fazenda acompanhado pelos cães, quando sentiu mau cheiro na área de mata e foi verificar do que se tratava:
“Eu fui cedo levar sal no coxo para as vacas e vi uns urubus sobrevoando a mata, desci do cavalo e quando vi era uma anta morta. Logo em seguida a onça pulou nas minhas costas”, relembra.
Julian conta que na hora do ataque foi tudo muito rápido e que ficou por um momento desacordado assim que a onça pulou sobre ele, derrubando-o. Ele acordou sentindo as patas dela sobre as costas e, pelo peso do animal, percebeu que poderia morrer. Julian levou um tapa e uma mordida nas costas. Mas logo os cães começaram a latir e espantaram a onça, que fugiu.
“Eu estava sangrando muito e minha camisa ficou toda rasgada. Me lembro que os cachorros chegaram a correr atrás dela e depois levantei bem devagarzinho, porque estava perdendo sangue e me sentindo muito fraco.”, relembra Julian.
O médico que atendeu o homem informou que ele teve quatro perfurações na região das costas e só conseguiu chegar 8 horas depois ao hospital de Porto Murtinho.
Julian afirma que sobreviveu por milagre: “Agora eu fico com medo de andar pela área porque quase perdi a vida, tenho que agradecer muito aos meus cachorros, eles são meus heróis” relembra, aliviado.
A esposa dele, Anselma Benitez, de 57 anos, disse que eles estão fazendo curativos em casa e que o marido está se recuperando bem. Apesar do susto, é grata pela presença dos cães ao lado do esposo naquele dia: “Agradeço a Deus e aos meu cachorros”.
O presidente da Organização Não-Governamental (ONG) Panthera, Leonardo Avelino, explica que a onça pode ter interpretado a presença dos 5 cães como uma “concorrência” alimentar para a caça que protegia: “As onças costumam ficar agressivas com a proximidade de cães, a razão do ataque pode ter sido justamente a presença deles”, afirma.
Segundo o coronel Queiroz da Polícia Militar Ambiental (PMA), em duas outras ocasiões, funcionários de uma fazenda foram verificar mau cheiro e foram atacados por onças também, porque especialmente a onça-pintada defende seu alimento:
“Ela mata a presa, depois fica se alimentando e vigiando essa carne. Essa é uma das formas em que ela pode atacar o ser humano, porque a onça-pintada não encara um ser humano adulto como uma presa, ela tende a se afastar, mas para defender seu alimento ou seus filhotes ela pode atacar”, explica.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de G1.
Foto destacada: Ilustrativa/Reprodução/Jaguar.org
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