Se você é louco por bichos como eu, já conhece bem o amor indescritível que temos por aqueles “serumaninhos”, sejam os peludos de 4 patas e focinhos molhados, sejam cavalos, aves, porquinhos da índia… Não importa a espécie. O que importa mesmo é a experiência que eles proporcionam! Se não sabe, talvez este texto possa lhe ajudar a compreender melhor.
Mas, tudo isso que todos nós sabemos na prática da vida com nossos amiguinhos (ou filhos, como muitas pessoas os consideram), é também comprovado pela ciência. Uma pesquisa realizada nos EUA comprovou que ter um gato pode reduzir o risco de ataques cardíacos em cerca de um terço. Os pesquisadores afirmaram que provavelmente os cães trazem um efeito semelhante. Mas, eles não puderam comprovar porque não receberam voluntários donos de cães em número suficiente para realizar a pesquisa. Eles afirmaram que estes resultados são possíveis devido ao controle e redução do estresse psicológico e ansiedade.
A pesquisadora Kathie Cole, enfermeira clínica na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) , apresentou no de 2005 os resultados de um estudo que mostrou o contato com cães ajudou a melhorar a função cardíaca e pulmonar em pessoas com insuficiência cardíaca.
Apesar de haver um grupo de cientistas céticos que discordam destes resultados afirmando que não há comprovação nexo causalidade, porque seria possível também que pessoas menos propensas a doenças cardíacas tenham atração por animais, e não é tê-los que diminuiria os ricos.
Mas, outros diversos estudos comprovam que os animais domésticos auxiliam na produção de oxitocina no cérebro. Este hormônio, conhecido como o hormônio do amor, é responsável por diminuir o estresse, produzir sensação de relaxamento, bem-estar e tranquilidade. A ocitocina é liberada pelo hipotálamo e faz diminuir os níveis de cortisol (hormônio liberado pela glândula suprarrenal quando estamos sob forte estresse). O cortisol, por sua vez, combate nosso sistema imunológico, fazendo com que fiquemos expostos a doenças.
Outro hormônio liberado na convivência com os bichos é a endorfina, hormônio que nos relaxa, ajuda a controlar a pressão sanguínea e melhorar o sono. O resultado não poderia ser diferente, somos tomados por uma sensação de bem-estar e, em muitos casos, até melhoramos a saúde já que diminuímos os níveis de cortisol (hormônio do stress) e liberamos a endorfina e oxitocina, o que ajuda no processo de cura de diversas condições de saúde, incluindo transtornos como a depressão, síndrome do pânico e ansiedade.
Você talvez conheça casos em que cachorros, gatos, calopsitas, cavalos e tantos outros companheirinhos trouxeram uma grande transformação na vida de seus humanos.
Em uma breve pesquisa na internet podemos encontrar muitos relatos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas por eles. Casos de depressão, pânico, Alzheimer, autismo, entre tantas outras condições de saúde. Sabemos que depressão é uma patologia e precisa ser tratada com psicoterapia e, em muitos casos, medicamentos.
Mas, além do tratamento psicoterapêutico e medicamentoso é importante que o paciente pratique atividades que tragam sensação de bem estar, ajudem na produção dos hormônios da felicidade e prazer citados acima. Práticas de esportes, meditação, frequentar sua religião (se tiver uma), contar com o apoio da família e amigos, se possível, ajudam a complementar o tratamento e potencializa o processo de cura. E, dentro disto, a interação com os animais entra como prática complementar.
Em uma busca no Google é possível encontrar relatos de pessoas dos mais variados perfis afirmando que seus pets as ajudaram a superar alguma condição delicada de saúde. Entre eles está a cantora Deborah Blando que esteve em tratamento para depressão e síndrome do pânico por 7 anos. Ela relatou que encontrou no amor incondicional de seus vira-latas:
“Eu acredito que o amor incondicional dos meus cachorros me ajudou profundamente”, diz a cantora, que, atualmente, dá palestras para falar de sua relação com os animais. Afirmou a cantora ao Gshow.
Há casos de crianças autistas que interagem com seus cães, diversos casos de depressão, síndrome do pânico assim como diversos transtornos mentais que são tratados com a TAA – Terapia Assistida por Animais. Trata-se de uma abordagem terapêutica multiprofissional em que os animais são parte principal da equipe de terapeutas. A TAA é uma terapia completar a outras terapêuticas, ela não é excludente, mas soma e melhora muito os resultados obtidos no processo de cura ou de reequilíbrio da saúde melhorando aspectos físicos, psíquicos e emocionais, assim como auxiliando em aprendizagem de habilidades sociais, entre tantos outros benefícios. As intervenções em TAA acontecem em hospitais, instituições como casas de repouso para idosos, instituições próprias para a prática terapêutica entre outras.
Importante: Bichos não são medicamentos. Se você for buscar nesta relação apenas a cura, possivelmente não achará. Só é possível sentir este amor e receber esta energia se você abrir verdadeiramente seu coração, se deixar eles dominarem o seu sofá, seus cobertores, suas roupas com pelos e sua alma com aqueles olhares penetrantes e alegria ímpar.
Se você é uma daquelas pessoas que argumentam que não têm animais porque teme ao sofrimento do dia que se forem, eu lhe convido a uma reflexão:
Deixe um bichinho lhe ensinar a viver intensamente e amar a ponte de, neste dia, ser grato por todos os momentos que viveram juntos e relembrá-los com saudades e alegria por ter convivido com eles. Mesmo não estando aqui fisicamente, eles continuarão nos ensinando, por ter uma vida tão breve nos trazem ainda a oportunidade de ressignificar a forma como vemos a morte. Eles sempre farão parte da sua vida!