Vivemos num mundo saturado de coisas e informações e, sendo seres com necessidades e interesses, não estamos imunes a isso. O fato é que no seu percurso civilizatório, o homem criou artefatos e informações que ultrapassam a própria capacidade humana de consumo e acesso. Nesse cenário, não é surpresa que a gestão pessoal da informação e a organização da rotina e dos espaços cotidianos sejam crescentes focos de interesse de quem deseja viver com menos angústia e maior equilíbrio.
E esse interesse não decorre do acaso. Minimizar angústias e cuidar da saúde emocional impõe a tarefa essencial de separar o banal do eterno; o frívolo do sério; o descartável do necessário; o útil do dispensável; o essencial do transitório. Tarefa que só é possível com autoconsciência, perspicácia e ação decidida para que possamos inserir a busca da simplicidade na nossa rotina.
Quem sabe se desde os primórdios, a humanidade tivesse posto a simplicidade como valor mais alto, a história tivesse menos guerras pra registrar e os bens naturais estivessem menos expostos à extinção?
E se assim fosse, talvez nossas ações e emoções fossem menos atingidas pelos efeitos das compulsões consumistas e estivessem mais a serviço da busca existencial do equilíbrio que não comporta ganância, acumulação cega e vaidade insana. E quem sabe também, as pessoas estariam menos expostas a depressões e transtornos de impulso, consumo e alimentação e outros males de origem emocional?
Desde sempre, muitos sábios de distintas áreas têm colocado o valor da simplicidade em relevo, como benéfico ao estilo de vida de quem busca equilíbrio e sobriedade emocional.
Aristóteles pregava a necessidade irremediável de temperança no agir; a poesia de Walt Whitman tem a frugalidade como tema; Leon Tolstói não teria escrito sua obra não fora sua vida absolutamente respeitosa ao simples e à natureza; Benjamin Franklin manteve em vista o bem implícito da resolução simples e concebeu invenções de proveito coletivo das quais, até hoje, a humanidade se vale.
Também entre os estudiosos da subjetividade, há os defensores da necessidade de saber distinguir entre o importante e o desimportante como requisito para a coerência e ao equilíbrio, aspectos essenciais à felicidade. Erick Fromm, por exemplo, evidenciava a coerência do viver como condição para o bem-estar emocional;
Atualmente, buscar simplicidade não é apenas um convite. A realidade impõe esse valor como decisivo à saúde mental e à sobrevivência do destino humano na terra.
Mas, sosseguemos o coração e não nos angustiemos. A busca do simples não é uma condenação. É, antes, o hábito que decorre de uma vida mais refletida; de rotina menos conturbada por informações, contatos e atos inúteis.
Há mesmo quem diga que a simplicidade é a coerência e a elegância em movimento. E de fato, a verdadeira elegância está sempre revestida de coerência.
Clarice Lispector reforçava essa ideia quando dizia que é elegante tudo o que sobra depois que a gente abandona o inútil. E Oscar Wilde, escritor de estilo elegantemente imaginativo dizia: ‘Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo’
Enfim, a simplicidade favorece a sobriedade do agir, a reação na medida certa, a ação consciente, o consumo responsável e a emoção temperada.
E tudo isso não é signo de saúde e bem-estar emocional?
Uma pequena joia do cinema que encanta os olhos e aquece os corações.
Uma história emocionante sobre família, sobrevivência e os laços inesperados que podem transformar vidas.
Você ama comprar roupas, mas precisa ter um controle melhor sobre as suas aquisições? Veja…
Qualquer um que tenha visto esta minissérie profundamente tocante da Netflix vai concordar que esta…
Além de ameaçar os relacionamentos, esta condição psicológica também pode impactar profundamente a saúde mental…
Aos 64 anos, Elaine Macgougan enfrenta alucinações cada vez mais intensas conforme sua visão se…