Por Gisele Sodre Fernandes Vieira da Cunha
Muitas mulheres vivem num cenário de violência dentro de seus relacionamentos, na sociedade e na vida familiar.
Temos acompanhado manchetes de telejornais a respeito da violência gratuita sobre a mulher. Agressões e mortes configuram o cenário cada vez mais trágico.
A lei Maria da Penha surgiu para salvaguardar a mulher de todas as formas de violência: tanto física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Falarei especificamente sobre a violência psicológica e sua repercussão na vida da mulher vitima.
A violência psicológica é entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e atinja sua auto estima. Prejuízos e perturbações no seu desenvolvimento enquanto pessoa. Condutas como: degradar, controle de seus atos, seu jeito de ser e expressar, suas crenças e atitudes e o modo como gerencia sua vida caracterizam essa violência. Os meios do agressor configuram os seguintes verbos: ameaçar, constranger, humilhar, manipular, vigiar constantemente, restringir sua liberdade, entre outros que produzam imobilidade emocional na vitima.
Esses meios de violência tão gratuita causam prejuízo a saúde psicológica da mulher e sua autodeterminação.
É preciso haver conscientização sobre esta forma de violência que precede tantas outras formas já citadas. A violência psicológica causa dor e sofrimento e pode adoecer emocionalmente e mentalmente a mulher.
O diagnostico para uma mulher que é vitima de violência pode ser Depressão, transtorno de Estresse Pós Traumático, Transtorno de Ansiedade, Transtorno do sono-vigilia, Transtorno Relacionado a Traumas e Estressores.
O estado de alerta constante pode prejudicar e influenciar seus hábitos e estilo de vida, restrição da vida social, seu humor e relacionamento com o mundo.
Crises existenciais como descontentamento generalizado e tristeza passam a caracterizar esta mulher. Isso é mascarado com rótulos como TPM que na verdade são de cunho machista que atribui a mulher um modo de ser influenciável a ações hormonais por isso é de sua natureza ter problemas. Considero isso, um exemplo de menosprezo a mulher.
A naturalização da mulher como chiliques e chateações e uma forma de violência porque anula sua voz e a faz calar diante de situações que lhe trazem desconforto emocional.
Todo este cenário social machista leva a mulher ao desamparo aprendido. Ela acredita que é um ser diferente dos homens, mais frágil, com dificuldades pela sua natureza feminina.
Deste modo, a violência contra mulher cai no natural. Não podemos esquecer que o estereotipo machista é construído culturalmente.
Precisamos nos ater para a desconstrução disto.
A conscientização dos direitos da mulher é base para a igualdade social entre homens e mulheres. É de suma importância que a mulher se liberte desta imibilidade emocional e de papeis e se construa ativamente como cidadã e pessoa humana.
Gisele Sodre Fernandes Vieira da Cunha