Superar a morte de um ente querido é muito difícil, sendo que as pessoas elaboram essa situação da forma mais variável possível. Existem fases diferentes e o luto perpassa desde os que não querem ver a realidade e a negam, aos que procuram culpados. Existem também os que passam por um processo de aceitação refletindo sobre a perda, entre muitas outras formas. Muitas vezes a mesma pessoa passa por diferentes estágios.
Isso foi demonstrado por The Singing Widow, uma jovem tiktoker que usa a rede social para lamentar a morte de seu marido usando a dança para compartilhar sua trágica história e aceitar o que aconteceu pouco a pouco.
Jéssica tem uma história bastante triste: logo após o nascimento de seu filho, o marido, com quem namorava desde o colégio, teve sua vida interrompida de forma brutal. Na época, Jéssica ainda estava no pós-parto.
“Meu vizinho, que era um criminoso condenado e alcoólatra, decidiu brincar com sua pistola 9mm. Ele afirma que deixou cair a arma quando ela disparou, mas a ciência e a gravidade não apóiam essa afirmação. Uma vez que a bala saiu do cano da arma, atravessou a porta de tela dele, viajou mais de 45 metros enquanto desviava de dezenas de árvores, bateu na porta de vidro duplo e nas persianas, parando apenas depois de acertar Justin na cabeça”, relata Jéssica.
Embora os investigadores do caso sustentassem que a bala tinha uma probabilidade infinita de atingi-lo e matá-lo, a vida de Jessica e de seu recém-nascido mudou para sempre. Uma terrível tragédia que a jovem decidiu enfrentar com a ajuda do TikTok.
Como pode ser visto nas imagens compartilhadas por Jessica, através de seu relato The Singing Widow, ela conta a história de sua tragédia enquanto dança e, aos poucos, ela segue reconstruindo sua vida e vivenciando as diferentes fases de seu luto.
Algumas imagens geraram grande comoção nas redes sociais, sendo que alguns vídeos acumulam mais de seis milhões de ‘Likes’ e comentários de todo o tipo. Muitos se perguntam por que ela dança diante de um evento tão traumático, ao que ela responde:
“Porque há oito anos toda a minha vida se despedaçou, tudo o que eu conhecia e tudo o que eu amava mudou de perspectiva. Passei pela mais inimaginável tragédia e dor. Mas tomei a decisão de não deixar essa dor continuar me derrubando e, embora continue lutando contra essa ferida todos os dias, estou reconstruindo minha vida como posso e sim, estou dançando, por que não? Tenho muito orgulho de onde cheguei”, diz, silenciando as críticas de todos que a julgam por dançar para aliviar seus traumas.
Mas nem tudo tem sido crítica, Jéssica também tem recebido o apoio de milhares de pessoas nas redes sociais:
“Sei que é estranho, mas pode-se dizer que é um mecanismo de enfrentamento. Olha, ter alguém que você conhece sendo assassinado pode ser traumático, muito menos um cônjuge. Sabemos que você já passou por isso, talvez essa seja apenas a sua forma de aceitar e seguir em frente”, “Essa é uma tendência no TikTok: usar o humor para lidar com a perda/luto. Todos precisam perceber que as pessoas têm uma estrutura diferente e usam estratégias diferentes com as quais você pode não concordar. Cada um na sua”, “As pessoas não entendem, sou viúva e te defendo no Twitter. Não se preocupe com pessoas que não entendem o luto e o seu processo!” ou “Sinto muito por toda a dor que você suportou. Continue dançando mãe.
Oito anos após a trágica morte de seu marido, Jessica reconstruiu sua vida, casou-se novamente e teve outro filho. Ainda assim, confessa que até hoje continua a processar diariamente a dor da perda e que nunca a vai esquecer.
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Texto traduzido e adaptado de La Vanguarda
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