Você já ouviu o ditado “quem casa, quer casa”? Um novo modelo de relacionamento está desafiando esse conceito em várias partes do mundo, especialmente na Europa. Trata-se dos casais LAT (Living Apart Together), que em português significa “vivendo juntos, em casas separadas”. Diferente das situações motivadas por questões econômicas ou distância geográfica, essa escolha é voluntária e vem ganhando cada vez mais adeptos.
O modelo LAT se caracteriza por casais que mantêm relacionamentos amorosos, mas optam por viver em casas separadas. Essa decisão não está vinculada a questões financeiras ou profissionais. Para esses casais, viver em lares diferentes é uma opção consciente, feita para preservar a individualidade e, ao mesmo tempo, manter o vínculo afetivo.
Casais LAT podem escolher morar próximos, como no mesmo prédio ou bairro, mas alguns não se importam em manter uma distância maior. Segundo um estudo da Statistics Canada, essa tendência é mais comum em países da Europa Ocidental, América do Norte e Austrália.
O fenômeno LAT vem crescendo mundialmente. Na França, cerca de 10% dos casais optam por essa forma de relacionamento. Na Espanha, a estimativa é de 8%, enquanto nos Estados Unidos, aproximadamente 2 milhões de pessoas estão em relações LAT, número semelhante ao do Reino Unido. Essa escolha de vida reflete uma nova perspectiva sobre a convivência e a autonomia dentro dos relacionamentos.
Para quem adere a essa dinâmica, viver separado do parceiro tem suas vantagens. Evitar desentendimentos sobre a rotina doméstica e manter a privacidade são alguns dos benefícios apontados pelos adeptos. Com menos conflitos em torno de tarefas cotidianas, os casais acreditam que a qualidade do relacionamento melhora.
Embora o LAT ainda seja um conceito novo, não há um perfil único para os casais que escolhem esse estilo de vida. No Canadá, por exemplo, a maioria tem entre 20 e 24 anos. No entanto, essa prática também é comum entre idosos, que, após anos de coabitação, optam por viver de forma mais independente.
No Brasil, não há qualquer impedimento legal para casais que optam por viver separados. O advogado de família Rafael Calmon explica que o artigo 1.514 do Código Civil assegura a igualdade de direitos e deveres entre os cônjuges, mas não impõe a coabitação como requisito para o casamento.
“Desde que haja o propósito de viver em família, não há qualquer problema legal em casais decidirem morar em casas separadas”, ressalta Calmon. Dessa forma, o LAT se configura como mais uma possibilidade dentro das relações modernas, sem prejuízos aos direitos conjugais.
Com o crescente número de casais aderindo a essa prática, a tendência LAT levanta questões sobre a forma como as sociedades contemporâneas estão redefinindo o amor e a convivência. Seja por liberdade, privacidade ou até para manter o relacionamento saudável, o LAT parece estar ganhando cada vez mais espaço no cenário global.
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Fonte: ND+
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