Algumas das pessoas mais capazes, inteligentes e que trabalham mais duro sofrem de um fenômeno debilitador: uma distorção que faz com que elas pensem que são incompetentes, burras e preguiçosas. Além disso, elas pensam que estão “enganando” as pessoas quando conseguem alcançar seus objetivos e, um dia, serão descobertos e expostos à vergonha.
Isso é chamado pela psicologia de síndrome do impostor. Os que sofrem deste transtorno “mantém uma forte consciência de que não são inteligentes e de que estão enganando todo mundo“, conforme descrição de um estudo feito pelas psicólogas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, em 1978.
Quase 40 anos após a identificação da síndrome, ela continua incomodando pessoas de sucesso, em diferentes campos. A escritora Maya Angelou, por exemplo, disse em uma entrevista: “Eu escrevi 11 livros, mas toda vez que publico um, eu penso ‘oh-oh, eles vão descobrir agora. Eu enganei todo mundo e agora vão me descobrir'”.
Os sintomas mais comuns da síndrome do impostor são discursos autodepreciativos, necessidade constante de reavaliar o próprio trabalho, fuga de situações que o coloquem no centro das atenções e trabalho além do necessário, para compensar um erro que a pessoa acredita estar cometendo. Internamente, estas pessoas também convivem com o medo de serem “descobertas”, é claro.
“Os que sofrem com isso tendem a atribuir o sucesso à sorte, em vez de ao mérito e ao trabalho duro, o que minimiza os objetivos alcançados”, explicou o psicólogo Joseph Cilona ao site Mental Floss.
Aos que sofrem com a síndrome do impostor, Cilona recomenda que procurem Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que focará em identificar e corrigir os sintomas citados acima. Além do tratamento, ela recomenda que a pessoa encontre um mentor ou um colega confiável, alguém que sempre será sincero na avaliação sobre um trabalho, seja ele bom ou ruim.
*Com supervisão de Cláudia Fusco
TEXTO ORIGINAL DE REVISTA GALILEU